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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Panis et Circenses

O povo adora isso.
E quem é o povo? Já reparou que muitas vezes falamos das "pessoas" ou do "povo" ou "tem gente", como se estivéssemos numa categoria à parte?...Não somos Povo?Gente? Pessoa?
Faz muito, muito tempo que queria falar sobre isso, num lugar como esse blog. Porque queria mesmo que isso fosse lido, visto, comentado. E essas são palavras que cativam a gente na Internet: direito, espaço, possibilidades...Uma prateleira virtual onde se expõe tudo o que se quer, como num imenso boulevard, por onde você pode caminhar diariamente, olhar as vitrines e escolher o que quer...
Às vezes compramos tudo o que vem pela frente, noutras somos seletos, caprichosos ou mesmo fetichistas.
A Internet, por seu formato descomunal, virtual, metalinguístico, quase fantasmagórico, diferente de qualquer outro meio que tínhamos tido contato até então, amplia o leque de escolhas, produtos, formas...
Quando você caminha por uma galeria, encontra na vitrine produtos voltados para uma estação?
Na Internet também...Que tal o mega-chato-hit do Crazyfrog, aquele sapo estúpido balançando seu bingulinho para quem quisesse ver? Ou que tal a musiquinha do crossfox da Stefhany? Ou porque não a coisa mais simples, mesmo comercial, mas super informal da banda, não sei se mais bonita, mas durante dias, mais ouvida da cidade(Só para citar alguns casos, pois são centenas que já "despontaram para o anonimato". Condenados ao limbo do esquecimento).
Tem vitrine que é como de sexshopping, muitos não compram mas sempre dão uma parada e uma olhadinha curiosa.(Ou há aqueles que são clientes de carteirinha). Poderíamos colocar nessa vitrine um produto muito conhecido, que já circula a 12 anos no mercado, com ampla aceitação, que consegue até incutir na mente de alguns a quimera, o devaneio, o desvario de que permanecer numa casa cercado de sarados, futuros candidatos à capa das revistas pornográficas do país é um..."confinamento". Bem, considerando que esta é a palavra usada para definir o período no qual os bois(e vacas) são postos para "acabamento da carcaça a ser comercializada", ao menos nesse sentido o emprego é correto.
Mais alguns passos e encontramos a loja dos horrores, preconceito, xenofobia, pedofilia...Vergonha...É isso que essa loja me causa. Bom é nem demorarmos na frente dela.
A Internet é frágil e exposta a isso, não há limites, freios, parece mesmo não haverem barreiras...E, como em todo meio, ou lugar onde não existe punição, pena ou repreensão legal a coisa vira mesmo bagunça. Mesmo nossa casa vira isso se não houver controle.
Agora, mais uma palavra para o nosso webdicionário: viral.
Aproveitamos desse recurso para espalhar (ou infectar, se preferirem) tudo o que se pode chamar de tela. Os comerciais fazem o que podem na tv e nos jornais. Ah, mas na nossa amiga web, graças as redes sociais, não dá pra comparar.
Tudo se espalha. A melhor comparação seria "abrir um travesseiro de plumas do alto de um edifício" e ter a doce ilusão de que conseguiria descer e resgatar cada uma delas!
A celebridade "namorando ardentemente" na praia, a pobre professora se enrolando com o "ponto" na transmissão criando o mais famoso sanduíche(íche) dos últimos tempos, ou, claro, o sensacional, espetacular....Menos? Tá bom, divertido, legal...Menos ainda? Tá bom, o interessante vídeo da Luíza no Canadá. Ou mesmo, usando o recurso, prestígio, posição ou simplesmente (e não se engane) cumprindo as ordens e contrato que lhe compete, o apresentador de jornal "indignado" com a divulgação e importância dadas ao viral da Luiza ou ao realitty (que de realidade pouca coisa tem) da concorrente.
O povo, a gente, as pessoas, cá entre nós, VOCÊ E EU, amamos pão e circo. A diferença é que alguns frequentam o DuSoleil, outros o Indiano(aquele com mais buraco que pano) Uns comem brioches e baguetes recheadas, outros mortais, como esse simples blogueiro, chegam e diz: "Me dá um real de pão aí"!

Eu até queria fazer um texto "iluminado de sol"...
"Mas as pessoas na sala de jantar, são ocupadas em nascer e morrer"

Cristiano.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Carpe Diem!

"Gather ye rosebuds while ye may,

Old Time is still a-flying;
And this same flower that smiles today,
Tomorrow will be dying."
To the Virgins, to Make Much of Time,
Robert Herrick
Não poderia começar diferente. Perdoem-me por ser repetitivo, pela tecla tantas vezes batida. Mas o tema é mesmo perfeito. Um início de ano, um início de blog. Uma ótima estação para "aproveitar o dia"! Um tema maravilhoso de um filme que teve um impacto incrível em minha vida. Um tema que faz a gente lembrar de nossos sonhos, mesmo daqueles que tiram nossos pés do chão...Me mostre uma vida sem sonhos que eu te mostro uma vida sem graça e vazia...Um tema que nos faz pensar no que a gente realmente quer, no que a gente realmente é. Um tema pra nos dizer o quanto cada momento é importante, e que para que eles sejam importantes não precisam necessariamente serem momentos planejados...Quando olho para trás vejo que alguns dos mais felizes foram momentos assim, e foram tão divertidos, singulares, de tirar o fôlego...
Carpe Diem! é uma atitude positiva, otimista, cheia de esperança e fé. Um desejo que lhe consome a alma lhe sussurrando o quão longe você pode ir. 
Carpe Diem! lhe diz que você é capaz, que não pode e não deve desistir, nunca.
Carpe Diem! lembra que a "primavera" de nossas vidas vai passar, que é preciso "colher logo seus botões de rosa".
Agora, acrescento algo. Que também não é nenhuma novidade. Encontrei pessoas que corromperam o Carpe Diem! com a interpretação de que "vale tudo". Não, não, não.
Por favor, não inclua seu pessimismo em lema tão belo. Não há nada de "aproveitar" em prejudicar, ferir, magoar (você ou os outros). Não há nenhuma "rosa a ser colhida" se plantada no terreno da imoralidade, da falta de recato, do parasitismo ou da autodestruição. No entanto, há muito a ser salvo e preservado naqueles que assim o fazem.
Há muito, muito mesmo de bom nas pessoas, situações, momentos...
Gosto de crer que ainda há muito para se fazer, que belas canções ainda estão para serem compostas, ainda existem atos importantes para serem encenados no palco da vida, descobertas, invenções e momentos da vida em sociedade a espera de alguém apenas disposto a dar mais um passo, depois de tantos sem sucesso.
Animação, esperança, realizações, conquistas são palavras comuns nestes cerca de 15 dias que acabamos de viver. É muito fácil iniciar um blog em dias assim...
Mas quero escrever, quero voltar a escrever como no passado pois simplesmente adoro fazê-lo, com o mesmo ânimo do adolescente que aprendeu a conviver com as noites de insônias e que muitas vezes a luz do sol ao entrar pela janela de seu quarto o encontrou escrevendo.
De que vou falar? Do que eu quiser. Música e arte, política e religião, passado e presente, Brasil e exterior, da terra e do espaço...Ah! O mundo é mesmo meu!
Por isso, 
Carpe Diem!





Cristiano Oliveira